
Segue o artigo traduzido:
Violência contra a mulher: quem pode fazer a maior diferença?
Parece que é normal para o discurso do século XXI regularmente
"verificar o pulso" do feminismo. Inúmeros artigos, colunas, blogs e
conferências fazem as mesmas perguntas: Está funcionando? Ele falhou? É o
"feminismo" uma palavra suja?
Este diálogo é, inevitavelmente, cansativo e, mais importante, desvia a
atenção para longe de reais questões feministas, como a violência contra as
mulheres.
Com isso em mente, feministas comprometidas, cansadas desta mídia constantemente duvidando do movimento, ficarão felizes em
ouvir as últimas notícias de Cambridge e da American Political Science Review.

O estudo é incrivelmente abrangente. Ele "inclui todas as regiões
do mundo, em diferentes graus de democracia, países ricos e pobres, e uma
variedade de religiões do mundo - abrange 85 por cento da população mundial. A
análise dos dados levou cinco anos, razão pela qual o ano mais recente coberto pelo
estudo é de 2005."
Isso deve ser munição suficiente para silenciar àqueles que gostam de
reclamar sobre o tamanho dos grupos de amostra de outros estudos não serem
verdadeiramente indicativos de tendências globais.
(O relatório completo pode ser acessado aqui.)
O relatório concluiu que a questão da violência contra as mulheres foi primeiramente
articulada por movimentos feministas, que então estimulou os governos a agirem em cima de algo que poderia ter sido simplesmente marginalizado como "problema das
mulheres".
Em outras palavras, longe de simplesmente ficarem gastando seu tempo
lamentando-se e/ou fazendo campanhas sobre depilação (o que parece ser a
percepção do público em geral de o que as feministas fazem), as feministas
foram instrumentais em trazer mudanças para melhor, motivando a mudança do governo, transformando os meios de comunicação em relação às questões
feministas, e ganhando o apoio público para colocar mais pressão no governo à
respeito das lentas mudanças de políticas (leis).
Como o co-autor do estudo, Mala Htun, explicou: "Os movimentos
sociais estruturam as agendas públicas e governamentais e criam a vontade
política para resolver problemas. A ação do governo, por sua vez, envia um
sinal sobre as prioridades nacionais e do significado da cidadania. As raízes
das mudanças de políticas sociais progressistas estão na sociedade civil."
A recente discussão pública sobre a violência contra a mulher, que foi
estimulada pelo suposto estupro e assassinato de Jill Meagher, demonstrou que
ainda há muitas pessoas que ainda não se convenceram de que a violência contra
as mulheres é um problema tão grande assim. (os defensores do "Lugar
errado na hora errada” ou "Eu nunca bati em uma mulher" sendo os
principais ofensores).
A realidade, claro, é muito mais grave do que a que os privilegiados ou
complacentes gostariam que você acreditasse.
O co-autor S. Laurel Weldon, observa, "Violência contra as
mulheres é um problema global. Pesquisas da América do Norte, Europa, África,
América Latina, Oriente Médio e Ásia encontrou taxas incrivelmente altas de
agressão sexual, assédio, tráfico, violência nas relações íntimas, e outras
violações dos corpos e psiques das mulheres . Na Europa, é um perigo maior para
as mulheres do que o câncer, com 45 por cento das mulheres europeias que já experimentam
alguma forma de violência física ou sexual. As taxas são semelhantes na América
do Norte, Austrália e Nova Zelândia, e estudos na Ásia, América Latina e África
mostram que a violência contra as mulheres está em todo lugar."
Notícia triste, com certeza, mas é difícil evitar a sensação de que o
estudo de Weldon e Htun é uma resposta
muito concreta para o onipresente diálogo "O feminismo fracassou?";
na verdade, é uma vindicação.
Se os resultados dos estudos servem como qualquer indicação, parece que
o feminismo está apenas começando.
Para ler o artigo original em inglês pode ser acessado aqui.
Parabéns ! Também sou feminista e sempre estou publicando no meu blog sobre esses assuntos tb!!
ResponderExcluir